quinta-feira, 9 de abril de 2009

distâncias

I da paineira a menina
do vento da porteira
das horas vazias
entre abraços e espinhos
horizonte a se estender tímido
na hora em que se aprendeu
a ter medo de voar.

II e ainda hoje,
como porta fechada
no peito
o medo
vem. baixinho
feito ânsia
a lhe tomar a mão
durante o sono
a mostrar que estrelas são altas.


III e desde. aprendeu
a querer e não
a sorrir pra não chorar
e se. engolir o pranto. a mágoa. a vontade.
porque não.
- ontem hoje ou nunca?

Um comentário:

Eduardo Trindade disse...

"Cumprias distâncias em mim. / Madrugando não alcançaria."
Lembrei do poema do Carpinejar que começa assim. Fiquei pensando: será que te lembras desses versos, será que eles te influenciaram?
A menina aprendeu. Tantas coisas. Parece que aprendeu que há coisas dolorosas. Mas há sorrisos também. E se há distâncias, é para que possamos transformá-las em caminhos e, depois, em encontros.
Abraços encontrados para ti!