gosto quando minha criança vem brincar nisso que sou.
vem me ver com olhos de nuvens claras a reger canções em meus ouvidos.
bagunça meus cabelos minhas idéias minhas cores
fere a minha gravidade com sua leveza mansa
me atinge com seus arco-íris suas setas de venenos doces.
afasta minha febre, tece horizontes de sóis em meus olhos
embaralha meus caminhos, me perde os passos as horas os retratos a rigidez
me sopra flores no peito, constrói pontes invisíveis em meus pés. me cria asas.
me invade de vento, me convida, caminha em mim. me enche disso que ontem eu era.
me estende a mão, se reconcilia comigo, me faz toda estradas desejos primaveras.
pinta estrelas em minha face. faz crescer meus olhos para as cores do tempo.
brota em mim como flores. me mostrando que sou. inteira. ontem. hoje.
a criança de outrora.
Nas alturas
Há 7 meses
Um comentário:
És mais do que se pode imaginar. Do que qualquer um imaginaria. Gosto quando essa criança se mostra inteira. E nos convida a brincar no vento.
Vamos dançar ciranda?
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