quinta-feira, 30 de abril de 2009

O menino pegou um monte de horas
Amassou,
apertou,
amassou de novo
Enrolou e fez delas um bambolê
Colorido como o arco-íris

Brincou com o bambolê até cansar
E viu que já era gente grande
que as horas os dias os anos tinha passado

O menino apertou o bambolê,
amassou, fez dele uma conchinha,
pequenininha,
botou no bolso
e voltou a ser criança.”

domingo, 12 de abril de 2009

Coelhinho da Páscoa

Pé ante pé
no quarto silencioso
mergulhado no escuro,
avança sorrateiro.

Visitante misterioso
de passos matreiros,
pegadas brancas o denunciam.

Espalha prendas:
ovos coloridos
recheados de fantasia!

Os céticos dizem: – bobagem!
Mas existe bobagem mais bela
que um sorriso de criança?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

distâncias

I da paineira a menina
do vento da porteira
das horas vazias
entre abraços e espinhos
horizonte a se estender tímido
na hora em que se aprendeu
a ter medo de voar.

II e ainda hoje,
como porta fechada
no peito
o medo
vem. baixinho
feito ânsia
a lhe tomar a mão
durante o sono
a mostrar que estrelas são altas.


III e desde. aprendeu
a querer e não
a sorrir pra não chorar
e se. engolir o pranto. a mágoa. a vontade.
porque não.
- ontem hoje ou nunca?